III.I -
RADIOTERAPIA -- Incompetência? Como qualificar?
(leia a versão completa do blog disponível no tópico inicial)
Como todo bom finório, a conversa, a atenção, foi completamente oposta à do cirurgião. O dr Rodrigo era o ‘colo’ que eu precisava. Toda atenção!
(enrolação ou o que? Nunca vou saber)
Em sua boa conversa o dr.Rodrigo, aboletado do alto de seu consultório, dentro de um dos maiores e respeitados centros hospitalares da America do Sul garante:
------ impotência? Risco zero! Remotamente, e se ocorrer, só daqui a pelo menos um ano.
------ incontinência urinária? Risco zero!
------ Então, dr., vou fazer radioterapia no Hospital Oswaldo Cruz, onde meu convenio cobre.
----- Ah... mas nosso equipamento é conformacional. Ultima geração! Aqui o senhor não tem risco algum!
Indicado por um amigo, num raro e curto clarão na direção certa, procurei o Dr. Valdemar Ortiz. Conversei com ele e decidi pela cirurgia. Mas, quando quis marcá-la, o Dr. Ortiz foi para Paris! Eu teria de voltar depois e não voltei. Nem eu sei porque não esperei seu retorno.
Mas..., numa completa bobeira da qual vou arrepender-me pelo que restar de minha vida, voltei ao radioterapeuta Rodrigo, e este ‘deu o malho’ final de bom vendedor! Deixei-me de vez convencer-me por sua lábia: afinal, garantia de risco zero de impotência. Zero de incontinência! Isto é o que todo homem quer ouvir!
E o trouxa aqui acreditou! Pagou quase R$ 20.000,00 quando poderia ter o tratamento no Hospital Oswaldo Cruz pago pelo convênio.
Hoje, sei que para o câncer de próstata os equipamentos de radioterapia são os mesmos nos principais hospitais e mais: que o tal ‘conformacional’ não é relevante para radiar a próstata.
Como garantiu o dr Rodrigo, realmente a impotência não veio imediatamente pela radioterapia. Mas veio imediatamente, não um ano depois, porque ‘’o boa conversa’’, quando ia iniciar o tratamento radioterápico disse que pelo grau de meu câncer, era recomendado injetar-me um hormônio (Zoladex 10.8), o que o fez em outubro 2003.
Ora, se entre a primeira consulta (3 + 4 na escala Glassons) e o início do tratamento (4 + 4 na escala Glassons), ele achou que o câncer evoluiu, não seria mais correto e responsável então recomendar direto a cirurgia e admitir que radioterapia àquela altura era um risco?
Ele avisou que a tal injeção iria fazer-me, por três meses, olhar para a Carla Peres nua e ter a mesma reação que olhar para uma árvore. Em meu estado, digamos alucinógeno pelos impactos, não dei muita atenção, mesmo porque Carla Peres nunca me deu o menor tesão.
Em janeiro de 2003, ainda durante as 40 sessões de radioterapia, ele indaga:
--- e aí? Como estão as coisas aí em baixo?
--- olha doutor.... deu uma diminuída na libido, mas não acabou com ela não!
--- então vamos aplicar outro Zoladex. (10,8)
E,... a impotência que remotamente viria depois de 12 meses, que foi o principal motivo para optar pela radio, veio de pronto!
Aí com este segundo Zoladex 10,8, no espaço de 3 meses, a coisa virou um espaguetinho.
Como qualificar? Incompetência? Desonestidade? Vocês concluam!
Convenceu-me que o equipamento do Einstein daria melhor resultado que o do Oswaldo Cruz. Mentira! Fez-me assim gastar um bom dinheiro que não teria gasto no Oswaldo Cruz, onde meu convenio cobriria.
Convenceu-me que o risco de impotência era zero, fator determinante para escolher a radioterapia. Não obstante aplica-me não uma, mas duas injeções de um hormônio, quando só uma já tem efeito por 12 meses, não por três como ele afirmou. (vide controle hormonal com Zoladex – Capitulo VI)
Cabisbaixo, voltei ao dr. Charles Rosenblatt, que disse que o único caminho era a reposição hormonal, mas que isto realimentaria o câncer.
Recomendou-me uma endocrinologista (Irani Pereira da Silva), tomei Pregnil e fui avaliado da reação, etc e tal.... e só reposição hormonal mesmo. Eu tinha sido castrado!
Procurei outro médico-professor da Escola Paulista de Medicina, do qual infelizmente não lembro o nome, que com toda falta de ética conclamou alunos ou recém formados à sala e lascou:
-----vejam bem: a cirurgia é a recomendação! Se o individuo sofre uma castração química, não tem solução! Se tivesse feito a cirurgia, tomava um Viagra, e pronto.
Saí mais por baixo e deprimido que entrei. Perdão, mas mais por baixo que cú de cobra!
DEUS - quanta ignorância, de tantos médicos, da área, quanto ao hormônio Zoladex, que ministram sem conhecer seu total efeito, toda sua extensão e tempo de atuação no organismo!
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