terça-feira, 29 de março de 2011



TEXTO COMPLETO
(texto em capítulos, disponível na coluna à direita)


leitura obrigatória a todos os homens com mais de
20 e menos de 80 anos (e a todas as  mulheres que
queiram  bem  a algum homem  nesta faixa etária)






ESTE TRABALHO FOI  DESENVOLVIDO  APENAS NO  INTERESSE DE  AJUDAR A QUANTOS POSSA, A PREVENIR E A TRATAR ADEQUADAMENTE A DOENÇA, A TEMPO DE ELA NÃO SER FATAL!








Nilberto Amaral Sá









Índice  -
O INFORMATIVO DEVE SER LIDO POR INTEIRO. A DIVISÃO EM CAPÍTULOS (disponível na coluna à direita) PROPICIA LEITURA DE TÓPICOS ISOLADOS QUE SEJAM JULGADOS DE MAIOR INTERESSE MOMENTÂNEO.



CAPITULO

TEMA

I

Precauções para evitar ou mitigar a doença
II.1
Como adquiri o Câncer 
da má distribuição do tempo
II.2
das mágoas, estresses
III
Da descoberta da doença  -- Erros nas escolhas
III.I
INCOMPENTÊNCIA?  Como qualificar?
IV
UMA LUZ NO FIM DO TUNEL
V
Volta do Câncer  - CIRURGIA.
VI
Tratamento Hormonal
VII
METASTASE na Coluna
VIII
ABIRATERONA
IX
TROMBOSE
X
QUIMIOTERAPIA / TROMBOSE
XI
BRAQUITERAPIA
XII
TRATAMENTOS ALTERNATIVOS
XII.1
Teoria da Conspiração
XIII
COMENTÁRIOS -  ‘ O HOJE   
XIV
ALFA RADIN – nova droga em testes fase 3
XV
‘’CARPE DIEM’’
XVI
O QUE FAZER?
XVII
INTERPELAÇÃO ao Hospital Albert Einstein
XVIII
CONTROLE SEU PSA !!!





O AUTOR  -



Para maior credibilidade à obra, o autor toma a liberdade de primeiramente dizer quem é: advogado formado pela PUC-SP em 1971, com cursos de especialização em Finanças na FGV-SP e em Matemática Financeira na Faculdade Mauá de Engenharia. Em janeiro de 2011 completou 66 anos. É portador de Câncer de próstata com metástase na coluna e dentre as seqüelas mais importantes apresenta tromboses profundas nos membros inferiores.
Por inadequada orientação médica, e então por falta de conhecimento no assunto, foi induzido a opções erradas: em vez de cirurgia para extirpar o problema, foi induzido primeiro a fazer radioterapia. Como hoje sabe, e não à época, pelo alto grau de seu câncer era provável a volta da doença, o que ocorreu. Sofreu então cirurgia para remoção da próstata. Novamente voltando a doença, fez tratamento hormonal até este não mais responder e provocar tromboses. Atualmente faz quimioterapia.  

Tudo poderia ser evitado, se tivesse lido um livreto como este! 

Para elaborar este informativo, não consultou compêndios ou fez pesquisas maiores. Lastreou-se apenas no aprendizado sofrido ao longo de 8 anos em tratamentos e suas conseqüências. O que busca é apenas relatar os fatos, numa tentativa de evitar que outros passem por situações similares ou piores, ou pelo menos mitigar o sofrer daqueles que não conseguirem fugir à doença. Não se tem aqui a pretensão de exaurir o assunto, nem ensinar aos médicos, mas sim aos pacientes, a se esforçarem em posturas mais adequadas, a si próprios, para que, se chegar a hora, tomem as atitudes certas.  Aqui o autor diz porque contraiu a doença, onde errou nas opções de tratamento e as posturas que adotou, para só aí encontrar o caminho.


I –
Precauções para evitar ou mitigar a doença

Ninguém consegue lhe impor aquilo que você não aceita!
De fato, de alguma forma você aceita as coisas que lhe são ofertadas ou impostas pela vida, muitas das vezes, e na maior parte delas, sem o saber.
Assim foi comigo e pode ocorrer com você!
Claro que o DNA é um fator preponderante para você ter, mais cedo ou mais tarde alguma doença, como no caso em particular, câncer de próstata.
Claro também, como diz Miguel Srougi em um livreto de sua autoria, se vivêssemos até 120 anos, e não morrêssemos de outras causas, todos os homens morreriam de câncer de próstata.
Mas, além da predisposição ao câncer de próstata alimentado pela testosterona, além do DNA, temos fatores outros praticamente sempre ignorados por quase todos, médicos e pacientes.
Um deles, sem dúvida é a alimentação inadequada, como, por exemplo, rica em carnes vermelhas (principalmente na forma de churrasco), além de inúmeros outros alimentos, hoje reconhecidos como cancerígenos. Somado a isto, encontramos a falta de consumo adequado de vegetais, legumes, alimentos ricos em fibras e em colesterol bom, além de outros antioxidantes.
Mas, o fator principal, causador da doença, é negligenciado por quase todos:
Já nos dizia, há quase dois mil anos, o poeta romano Juvenal: “Mens sana in corpore sano”. ("uma mente sã num corpo são").
Afora o DNA e alimentação, o que mais pesa e leva-nos ao câncer (e a outras doenças), são, sobretudo, as mágoas, as tristesas, os ressentimentos, o estresse, o nervoso, o extrapolar das condições físicas em qualquer direção, desrespeitando a filosofia do ‘justo equilibrio’ , que já há mais de 2.300 anos nos ensinava Aristóteles.
Desta forma, ao desrespeitar o modo de vida dentro do justo equilíbrio a seu corpo, você permite ser atingido por aquilo que conscientemente não queria ou aceitava.
Como forma de às vezes até vencer as causas do DNA, voce deve, além do justo equilibrio, atender a Aristóteles, no que ele identifica a busca da felicidade como o fim último da vida.
A Alegria e a Felicidade eliminam as causas das doenças! 
Você deve procurar trabalhar no que gosta!  Eu virei advogado por acaso. Estudava direito à noite, um dia de manha inglês, outro francês. Pretendia fazer o Instituto Rio Branco. Não porque quisesse ser diplomata! Mas porque sabia que precisava ter diplomacia para o que eu queria: Política!   

Por necessidades financeiras, tive de abandonar o inglês e o francês, e trabalhar o dia inteiro. Daí, virei advogado.  Entrementes, virei vendedor.
Duas profissões, que não posso me queixar, sai-me bem e atingiu o objetivo primeiro: ganhei o que precisava.          Mas.... não era o que eu queria fazer!
Onde ficou a satisfação pessoal?   Embutida.  Isto, mais o já relatado, também leva à doença!
Tente fazer o que gosta!
Não respeitei nenhuma destas Leis da Natureza, daí causas importantes de meu câncer!


II -
Como adquiri o Câncer

II.1 – da má distribuição do tempo
Quando com 9 anos tentavam me apelidar de ‘coelho’, porque meus dentes eram assim parecidos, minha avó Maria Elisa Tesch dizia: “Não reaja! Se você ignorar, o apelido não pega. Aqueles que assim te chamam, só querem te irritar, se não conseguirem, desistem!
E assim foi, e assim o apelido morreu no nascedouro. Ou seja, não aceitei o que quiseram me impor. 
Já o câncer, aceitei sem o saber e até colaborei com seu desenvolvimento!
Desde os 12 anos trabalho. Lembro bem, quando com meu pai cruzava da rua São Bento a Praça Patriarca, em direção à Praça Roosevelt para pegar o carro, eu, então com 16 anos, tolamente orgulhava-me de ter trabalhado até não mais poder. À completa exaustão mental.
E, daí para frente, sempre assim, dando o máximo ao trabalho, dedicando-me mais do que o corpo devia suportar, e  que só o conseguia pelo vigor da juventude, em flagrante desrespeito à lei do Justo Equilíbrio!
Sempre tive em mente que você pode beber na vida toda, digamos, 1000 litros de uísque. Se beber os 1000 litros em um ano, morre!
O arsênico é veneno!  Mas, aplicado em doses mínimas, para alguns casos é até remédio! Lembro-me de quando com 7 anos morava no sítio, meu pai usava-o em pequenas doses para a cura de algumas doenças de cavalos e vacas.
Ensinam-nos os maçons como dividir as 24 horas do dia, o qual deve ser vivido com critério entre tempo para o trabalho, o laser, a espiritualidade e o descanso,0físicooeomental.

O filósofo grego Demócrito, no século V a.C, escreveu,  -    Ocupe-se de pouco para ser feliz.  Demócrito não pregava a ociosidade, mas sim a administração do tempo. Dizia que uma única coisa deveria ser feita por vez.

Eu sempre procurei fazer duas coisas ao mesmo tempo, e a natureza cobra o desrespeito às suas leis.
Administrei mal meu tempo!  E é isto que quase todos fazem hoje em dia, mergulhando de cabeça 24, horas do dia no trabalho, buscando a riqueza que, se atingida, não poderão usufruir pela falta da saúde.
Assim, posso dizer, que com o justo equilíbrio, a correta divisão do tempo, com a busca da felicidade e prazer, seguramente eu não chegaria aonde cheguei, e muitos de vocês ainda podem não chegar:  câncer!
De tal forma assumi erroneamente a postura e responsabilidade de encarar o trabalho, já cedo (porque com 14 anos já precisava contribuir com valores para alimentação de nossa casa), que hoje, mesmo em fase de quimioterapia, sinto algo que como vergonha de um empregado me ver em plena tarde, simplesmente vendo TV.
Oras, onde já se viu tal auto punição e policiamento?  Relaxa homem! 
Como já diziam os antigos:  nem tanto ao mar, nem tanto à terra”!
Até meus 50 anos, tirava uma semana de férias, emendava um feriado, e até hoje, aos 66 anos, nunca tirei férias de 30 dias corridos.  Posso dizer que, apenas após o descobrimento da doença, é que comecei a dedicar um pouco mais de tempo ao lazer.
Férias: este que é um direito trabalhista, é mais que um direito!  É uma obrigação de cada individuo para consigo mesmo, para com seu corpo.  Não é uma mera imposição legal aleatória obtida por esta ou aquela pressão sindical. É uma necessidade médica reconhecida, e que nós, que desenvolvemos o câncer ou outras doenças, ignoramos.


II.2 –
das mágoas, estresses
Desde os 20 anos trabalhei em vendas como autônomo.  Sem salário mensal e seguro, sempre me estressei muito com o trabalho e nunca comprei nada a crédito. Só trocava um carro ou algo de maior valor, quando minha reserva bastava para um ano de despesas previstas e algum imprevisto.
No ímpeto da juventude, e até já na fase mais madura, sempre ‘briguei’ por meus direitos, chegando certa feita, quando ainda não era advogado, a gastar dois mil ‘’dinheiros’’ para não pagar 500, que não eram devidos.
Ignorei a máxima que ensina: “o que vou falar/fazer vai me ajudar? Vai ajudar alguém? Se não for ajudar, a mim ou ao terceiro, melhor ficar quieto!”
Por volta de 1983 iniciaram-se as brigas mais intensas que culminaram com separação da esposa em torno de 1990. A pressão era tanta, que cheguei à blasfêmia de em oração pedir minha morte.  (Logo, até que um câncer foi pouco!)
“Cuidado com o que desejas, pois podes ser atendido”!
Por volta de 1997, numa sexta feira indo para Ubatuba, já na Ayrton Sena, recebi um telefonema de minha secretária informando que determinada intimação processual fora publicada naquele dia.
Como o judiciário, ao contrário do que alegam os desconhecedores do direito (mesmo os juízes, desembargadores e ministros),    ‘aperta’ nos prazos o advogado, posto que o prazo inicia-se no primeiro dia após publicação e acaba no 5º dia seguinte, ignorando os dias em que o fórum está fechado, como sábados, domingos, feriados e não feriados emendados, tive de pegar o primeiro retorno e passar o fim de semana dedicando-me ao processo. (hoje você protocola uma petição e a demora média para ser juntada aos autos é de 4 meses. Aí, ainda por cima, é comum o juiz despachar sem ler)
Pensei então em alguma fonte de renda alternativa à advocacia: uma sobrinha casara-se com um cabeleireiro de uma famosa rede dedicada ao público classe “A”. Algum tempo depois propus a ele abrirmos um salão franqueado da marca.
Para tanto, acabei cedendo às imposições absurdas da franqueadora e de meu próprio sobrinho temporário, e, para abrir um salão num importante Shopping na zona Sul da Capital paulista, tive de com ele, ‘engolir’ seu irmão e seu tio como sócios.
Por paradoxo que pareça, infelizmente em 8 meses recuperei o capital investido, o que levou-me a partir para outros salões. O entusiasmo foi tal, que cheguei a ter credenciamento para abrir em Porto Alegre, Jundiaí, São Bernardo do Campo, e acabei ainda atendendo a um pedido da marca e assumindo um salão no Campo Belo, que estava em vias de quebrar.
Mas... logo as crises começaram! Daí desisti de Porto Alegre e de Jundiaí, mas infelizmente já havia assumido Campo Belo e montado São Bernardo do Campo.
Em sua maioria (claro que tem raras exceções), os cabeleireiros são seres de outro planeta:  sem maior cultura, ganham um salário desproporcional ao mercado, chegando a faturar na média mais de R$ 7.000,0 por mês.  Se julgam estrelas e têm seus chiliques.  As manicuras, idem, ganhando até R$ 2.000,00, irrigam a maior rede de fofocas, conhecida no meio como ‘radio peão’.
Meus ‘eleitos’ sócios, não tiveram a visão de enxergar que algo lhes caíra dos céus, porque sem colocar um centavo, tornaram-se detentores de 66% de um dos salões que poderia ser o maior da famosa rede.
Um bebia, comia banana na recepção e trocava-a de mão para cumprimentar a cliente. Chegou a arrancar um telefone para jogar numa recepcionista que saíra com outro no fim de semana. O outro assediava as funcionarias; cobrava por fora na própria bancada por serviços prestados, sem se dar conta que ensinava os profissionais como fraudar o caixa. Exigiam distribuição de um valor mensal, nunca entendendo que nem sempre o lucro era igual. 
E o pior de tudo, é que contavam com o apoio na visão budista do titular da marca, de que eles que precisavam de toda ajuda, apoio e compreensão.
O estresse foi total: de outro lado, a fiscalização dos impostos e de outro ainda a famigerada inJustiça do Trabalho, querendo reconhecer direitos trabalhistas, como férias, 13º, FGTS, horas extras, etc, a quem já ganhava 50% da receita bruta.
Enfim, foi um período de quase 10 anos até eu conseguir vender, pela metade do valor investido, o ultimo salão e me livrar deste ‘carma’ que foi esta experiência, naquilo que tantos tem a vã idéia de algo glamoroso e rentável.
Após pouco tempo você constata que trabalha, arrisca seu patrimônio, distribui o faturamento entre os profissionais, os impostos e o shopping. E, na ponta do lápis, verifica que precisaria de 120% do faturamento para ter lucro.
Por outro lado, e concomitantemente, como advogado, sempre tive a péssima postura (para mim, e ótima para os clientes), de “comprar a briga”, envolvendo-me emocionalmente na questão, levada como se minha fosse.
Daí, todo o estresse da vida dupla, de um lado como advogado, de outro, como empresário, elevado a mil por os problemas domésticos, não poderia desembocar em outro ponto que não fosse o câncer, no meu caso, de próstata, até pelo fator genético masculino e DNA (pai).


III –
Da descoberta da doença  --
Erros nas escolhas: médicos e Radioterapia

Desde os 50 anos fiz acompanhamento para detecção de câncer de próstata. Infelizmente escolhi um profissional menos competente (Charles Rosenblatt – antes com consultório nas proximidades do Shopping Iguatemi e hoje no H.A.Einstein), coisa que só constatei muitos anos após a doença ter avançado bastante.
Em maio de 1996, com 51 anos meu PSA era 1,2.  Nesta ‘linha’ de idade e PSA, a margem de ter um câncer cai para 20%. Contudo, em outubro de 1998 dobrou para 2,4. Em abril de 2001:  PSA em 3,0.  Em agosto de 2003, com 58 anos e meio,  PSA em 3,5, quando, só por minha intuição, constatei a doença, que seguramente já existia cinco anos antes.  (Próstata de apenas 34 gramas)
Hoje, pelo que aprendi após intenso ‘’curso pratico’’, passando por vários profissionais da área, após sofrer quase todas as fases do tratamento de câncer de próstata (radioterapia, tratamento hormonal, cirurgia, quimioterapia), sei que se na época própria eu tivesse um profissional mais, digamos, comprometido,  já em 1998, quando dobrou de 1,2 para 2,4 o PSA, eu deveria ter feito uma biopsia. Ou, no máximo quando chegou a 3.  (Para uma próstata de apenas 34 gramas o PSA 3,5 era alto!)
Quando em 2003 com o PSA a 3,5 o ’urologista’ Charles Rosenblatt examinou o Ultra som indicando um aumento do peso da próstata de 24 para 34 gramas e procedeu ao famoso exame de toque, afirmou peremptoriamente:
-----  O senhor não tem nada!’
___ Doutor (disse-lhe eu por pura intuição), tenho sim! Quero fazer uma   biopsia!
----- O senhor não tem nada! Levanta de noite para urinar?
----- Não!
-----  Então não tem nada! Volte daqui a um ano.
   ----- Doutor, antes eu levantava, fazia xixi, fazia a barba, tomava café e saia  para o trabalho.  Hoje, levanto, faço xixi, a barba, o café, e volto a fazer xixi.
----   Isto não quer dizer nada. O primeiro sintoma é levantar à noite.
----   Bem.... quero fazer uma biopsia, insisti!  (e só por isto ainda estou vivo!)
Peguei o pedido médico e fiz a biopsia. Pela primeira vez na vida, retornei ao médico sem ter rompido o lacre do laudo do exame. 
O tal dr. Charles olhava o exame, olhava para mim, com aquela cara de quem ‘’perdeu a chave da bunda’’,  até que eu me adiantei:
----- Doutor, não precisa enrolar. Fique frio! Eu sei que tenho câncer!
----- Como o senhor sabe?
-----  Sei! A situação é: o que o senhor me orienta?
----   O senhor deve ouvir outras duas opiniões:  uma de um urologista, Miguel Srougi, e outra do dr Rodrigo de Morais Hanriot, radioterapeuta no H.A.Einstein.
----   Mas... o que é mais indicado?
----   O senhor ouça os dois e o senhor deve decidir isto!
Ora, um médio que assim se considere, jamais poderia deixar integralmente para um paciente, leigo, tomar tal decisão.  Hoje sei que com o grau de câncer que eu estava quando iniciei a radioterapia (4 + 4 na escala Glassons, que é a escala de medida do grau da doença), jamais deveria ter sido tratado senão com cirurgia.   Foi o que ouvi à época e depois, de pelo menos 6 urologistas!

Entre constatar a doença e resolver o tratamento, optei por algo “alternativo” que fez baixar violentamente o PSA (vide capitulo XII).  Depois de 30 dias fui a outro médico, Dr. Homero G. Campos Guidi, que examinando os novos índices de PSA (na casa de 1 pelo tal tratamento alternativo), ultra som e toque, também nada achou de anormal. Só optou por outra biopsia após o diálogo:

------ O senhor não tem nada!
Contei da creolina (Capitulo XII),  apresentei a biópsia anterior e aí perguntei:
 ------ E o que o senhor me diz disto aqui?
------- Porque não me mostrou antes?
------  Queria ouvir sua opinião sem influenciar.
------  Bem,  melhor fazermos outra biopsia!

Muitos dizem ser o exame de toque o mais importante. Talvez não seja, e sim o PSA!  Meu único indicativo era o PSA, que, aliás, persiste como marcador no controle de sua evolução em metástase, até mesmo após a retirada da próstata, já que daí o câncer é originário.

O resultado da nova biópsia indicou que o câncer era ainda mais grave: na primeira, indicava câncer grau 4 + 3. Dois meses depois indicou 4 + 4.    (Para o leigo entender, 5 + 5 o indivíduo praticamente não tem mais chances).

Hoje eu sei que os três fatores para apuração precoce do câncer de próstata são: o ultra som, para indicar o crescimento da próstata, que normalmente acontece com a doença (nem sempre neoplasia é câncer); o toque, pelo qual normalmente o médico pode ‘sentir’ a doença; e o PSA.  
O mais importante é, a partir de no máximo aos 50 anos, fazer estes três exames uma vez por ano. Em qualquer aumento constante no PSA, reduzir a periodicidade para 6 meses e fazer a biopsia!  Antes da retirada da próstata é relevante o PSA total e o PSA livre, posto que, em caso de hiperplasia (crescimento da próstata) o PSA pode indicar índices mais altos, não sendo necessariamente câncer.
Aqueles cujo pai e avô tiveram câncer de próstata, desde os 30 anos devem fazer estes exames, porque terão um forte fator genético propenso à doença.
Se o PSA subir constantemente, mesmo que pouco, digamos:  0,5 um ano, 0,7 no outro,  0,9 no outro...   não perca tempo:  faça uma biópsia.
Claro, este exame também tem sua margem de erro.  Pode indicar 3 + 4  ou  4 + 4 na escala Glasson, (mas isto não é exato ou o importante, porque é baseado em ‘amostras’ colhidas aleatoriamente. O que importa é, se indica câncer, tem câncer!  É o único exame 100% seguro quanto a isto!   Positivo ou negativo.    
Infelizmente deixei minha saúde nas mãos do Charles Rosenblatt... 
Com que adjetivo devo tratá-lo pela forma que acompanhou meu caso?  Primeiro, porque anos antes, quando meu PSA, com próstata de pequeno tamanho, subiu de 1,2 para 2,4; e depois para 3, no mínimo o que ele devia ter determinado é que eu fizesse uma biópsia. Quando o PSA chegou a 3,5, se eu não tivesse insistido em fazer, teria morrido.     
Segundo, porque um médico deve dizer ao paciente o que fazer, não dizer que ele ouça sobre outros procedimentos e escolha. Ele era o médico de minha confiança, de quem eu devia ouvir orientação, não isentar-se, mandando-me ouvir terceiros e eu decidir.
Tivesse eu o conhecimento que hoje tenho, tivesse eu um médico mais competente, quando meu PSA foi de 1,2 para 2,4, eu já teria resolvido o problema de forma radical, com cirurgia, não chegando ao ponto da evolução irreversível que hoje a doença tomou.
Talvez, porque minha missão fosse passar por isto, para gritar este alerta a tantos quanto possa, para que saibam como e quando tratar a doença, antes e depois de contraí-la.
Seguindo a orientação do tal Charles, fui ao competente, mas insensível, Miguel Srougi.  Primeiramente mudamos de uma para outra mais luxuosa sala de espera (pelo menos era assim quando ele atendia no Sírio Libanês). Aí, os assistentes vêm, fazem seu exame, sua ficha, etc.  
Após, muda-se de sala, e solenemente entra o famoso e mais respeitado cirurgião na área, e, analisando sua ficha lhe tasca na cara:
-----  seu caso é cirúrgico! Por sua idade, o risco de incontinência urinária é de X %; o risco de impotência é de Y %.  O senhor trata horário e honorário com minha secretária.

Ora, neste momento, você precisa de ‘colo’, de um pouco mais de atenção, o que do famoso Dr. você não recebe. Ao contrário do que ele recentemente declarou à revista Veja, ele não dá um tratamento humano aos pacientes. Infelizmente, sua secura mais minha ignorância no assunto, conduziu-me a ouvir as falácias do radioterapeuta.
Lá fui eu procurar a outra indicação e opção dada pelo dr Charles: fui ao Hospital Albert Einstein procurar o dr Rodrigo de Morais Hanriot.

III.I -
RADIOTERAPIA   --   Incompetência?  Como qualificar?

Como todo bom finório, a conversa, a atenção, foi completamente oposta à do cirurgião.  O dr Rodrigo era o ‘colo’ que eu precisava. Toda atenção!   
(enrolação ou o que? Nunca vou saber)

Em sua boa conversa o dr.Rodrigo, aboletado do alto de seu consultório, dentro de um dos maiores e respeitados centros hospitalares da America do Sul  garante:
------ impotência?  Risco zero!  Remotamente, e se ocorrer, só daqui a pelo menos um ano.
------  incontinência urinária? Risco zero!
------ Então, dr., vou fazer radioterapia no Hospital Oswaldo Cruz, onde meu convenio cobre.
----- Ah... mas nosso equipamento é conformacional. Ultima geração! Aqui o senhor não tem risco algum!


Indicado por um amigo, num raro e curto clarão na direção certa, procurei o Dr. Valdemar Ortiz. Conversei com ele e decidi pela cirurgia. Mas, quando quis marcá-la,  o  Dr. Ortiz foi para Paris!   Eu teria de voltar depois e não voltei. Nem eu sei porque não  esperei seu retorno.

Mas..., numa completa bobeira da qual vou arrepender-me pelo que restar de minha vida, voltei ao radioterapeuta Rodrigo, e este ‘deu o malho’ final de bom vendedor! Deixei-me de vez convencer-me por sua lábia:  afinal, garantia de risco zero de impotência. Zero de incontinência!   Isto é o que todo homem quer ouvir!      

E o trouxa aqui acreditou!  Pagou quase R$ 20.000,00 quando poderia ter o tratamento no Hospital Oswaldo Cruz pago pelo convênio.  

Hoje, sei que para o câncer de próstata os equipamentos de radioterapia são os mesmos nos principais hospitais e mais:  que o tal ‘conformacional’ não é relevante para radiar a próstata.
Como garantiu o dr Rodrigo, realmente a impotência não veio imediatamente pela radioterapia. Mas veio imediatamente, não um ano depois, porque ‘’o boa conversa’’, quando ia iniciar o tratamento radioterápico disse que pelo grau de meu câncer, era recomendado injetar-me um hormônio (Zoladex 10.8), o que o fez em outubro 2003.
Ora, se entre a primeira consulta (3 + 4 na escala Glassons) e o início do tratamento (4 + 4 na escala Glassons), ele achou que o câncer evoluiu, não seria mais correto e responsável então recomendar direto a cirurgia e admitir que radioterapia àquela altura era um risco?
Ele avisou que a tal injeção iria fazer-me, por três meses, olhar para a Carla Peres nua e ter a mesma reação que olhar para uma árvore.   Em meu estado, digamos alucinógeno pelos impactos, não dei muita atenção, mesmo porque Carla Peres nunca me deu o menor tesão.
Em janeiro de 2003, ainda durante as 40 sessões de radioterapia, ele indaga:
---  e aí?  Como estão as coisas aí em baixo?
---  olha doutor.... deu uma diminuída na libido, mas não acabou com ela não!
---  então vamos aplicar outro Zoladex. (10,8)

E,...  a impotência que remotamente viria depois de 12 meses, que foi o principal motivo para optar pela radio, veio de pronto!

Aí com este segundo Zoladex 10,8, no espaço de 3 meses, a coisa virou um espaguetinho.
Como qualificar? Incompetência? Desonestidade? Vocês concluam!
Convenceu-me que o equipamento do Einstein daria melhor resultado que o do Oswaldo Cruz.  Mentira!   Fez-me assim gastar um bom dinheiro que não teria gasto no Oswaldo Cruz, onde meu convenio cobriria.
Convenceu-me que o risco de impotência era zero, fator determinante para escolher a radioterapia.  Não obstante aplica-me não uma, mas duas injeções de um hormônio, quando só uma já tem efeito por 12 meses, não por três como ele afirmou. (vide controle hormonal com Zoladex – Capitulo VI)  
Cabisbaixo, voltei ao dr. Charles Rosenblatt, que disse que o único caminho era a reposição hormonal, mas que isto realimentaria o câncer. 
Recomendou-me uma endocrinologista (Irani Pereira da Silva), tomei Pregnil e fui avaliado da reação, etc e tal.... e só reposição hormonal mesmo.  Eu tinha sido castrado!

Procurei outro médico-professor da Escola Paulista de Medicina, do qual infelizmente não lembro o nome, que com toda falta de ética conclamou alunos ou recém formados à sala e lascou:
-----vejam bem: a cirurgia é a recomendação! Se o individuo sofre uma castração química, não tem solução! Se tivesse feito a cirurgia, tomava um Viagra, e pronto.

Saí mais por baixo e deprimido que entrei. Perdão, mas mais por baixo que cú de cobra!

DEUS - quanta ignorância, de tantos médicos, da área, quanto ao hormônio Zoladex, que ministram sem conhecer seu total efeito, toda sua extensão e tempo de atuação no organismo!

IV -
UMA LUZ NO FIM DO TUNEL.
E não era um trem... mas um longo tratamento



Algum tempo depois tive a felicidade de ocasionalmente conhecer o Dr.Bertelli, que disse-me:

--- Não fique deprimido! O Sr. foi mal orientado! Deve processar o Hospital Albert Einstein que lhe enganou, e eu serei sua testemunha! Deve procurar na Beneficência Portuguesa o Dr. João Carlos Campanari, que vai lhe esclarecer as coisas. 
                                                             ------o------
----- Nilberto, não é nada disso!  Em primeiro lugar, com 4 + 4 você jamais devia ter feito rádio. Devia ter feito direto a cirurgia. Agora, se o câncer voltar, a cirurgia é muito mais agressiva, porque o tecido irradiado está fibroso e a cirurgia alcança maior amplitude.  O Zoladex 10.8 não tem eficácia de 3 meses como te disseram e sim de um ano.  De 3 meses seria o 3.6!  Em teu caso, ainda mais com duas doses seguidas de 10.8....  Espere completar um ano do último Zoladex que você tomou, e verá que as coisas se normalizarão.

E, assim foi! Até que enfim, um médico com conhecimento da droga e com postura humana...

Continuei então com Dr. Campanari a acompanhar o câncer, medindo o PSA a cada 3 meses.

A doença que aparentemente é debelada pela radioterapia, com o tempo vai lentamente voltando.  Encerrei as sessões de rádio em janeiro de 2004 e o PSA baixou a 0,002.


V -
Volta do Câncer  - CIRURGIA

Como disse, a cada 3 meses media o PSA, até que em maio de 2007 o mesmo estava a 1,1.  Nova biópsia confirmou a volta da doença.  Em julho de 2007 sofri cirurgia para retirada total da próstata, em procedimento muito mais invasivo, até porque o tecido radiado é fibrosado, levando a uma cirurgia mais ampla. Resultou-me maior grau de impotência (nada que um Caverjet não resolva) e incontinência urinária (hoje após quatro anos da cirurgia, bastante diminuída, mas ainda existente quando sob esforço). Uma cirurgia oportuna, em tecido normal, não radiado, normalmente não resulta seqüelas.
Infelizmente o PSA pós cirúrgico resultou em torno de 0,4, algo acima do esperado, que seria 0,2 ou menos: restaram células cancerígenas nas vesículas seminais não removíveis.
Em síntese:  a Radioterapia só complicou minha vida e saúde! (ou o que restou dela)


VI -
Tratamento Hormonal


Como disse, restaram células cancerígenas na região, porque o câncer já fugira à bainha neural. Após a cirurgia, continuando a medir a evolução da doença pelo controle do PSA, se verificou uma constante evolução do mesmo, ao ponto de um ano após, ele já estava em 1,19.  Passei então a fazer tratamento hormonal com Casodex e Zoladex, continuando as medições trimestrais dos índices de PSA. 
A cada Zoladex, o sofrimento era o súbito calor, o súbito frio: o climatério!  Porém, tomando uma só por ano, não ocorria a impotência total como aquela a que me levou o, digamos, no mínimo, inconseqüente radioterapeuta. 
Nesta nova fase do Zoladex, tomando uma por ano, logo após a aplicação o PSA caiu para 0,013. Após 180 dias estava a 0,003. Após 270 dias a 0,032, e após 360 dias subiu a 1,25.
Em 2009, dois anos após a cirurgia, novo Zoladex 10.8 e queda nos índices de PSA, desta vez menores. A 90 dias 0,189, e a 180 dias (em 15-02-2010), o PSA já era de  0,545.  O tratamento hormonal foi perdendo efeito...


VII  -
 METASTASE na Coluna 

Suspeitei que algo não ia bem. Quis fazer PET-CT, mas... a recomendação médica era de esperar um pouco, afinal, o PSA ainda não estava baixo: 0,545.
Porém, no fim de semana seguinte, passei o domingo pela única vez tendo uma overdose de ‘Lost’  ---maldito (porque não tem sentido) e bendito porque me fez tomar conhecimento um pouco mais precocemente da metástase na coluna.  
Na 2ª. feira, com dor nas costas, tomei antiinflamatório. Por dois dias e nada. Culpei a poltrona e a encostei. Fui ao ortopedista e pedi uma tomografia: no dia 20-02-2010 constatei a metástase generalizada na coluna.  (e olhe que o PSA estava apenas em 0,545  --  daí ressalto que o importante não é o numero, e sim a linha ascendente.
Dia 12-03-2010, após 25 dias do exame anterior, o PSA saltou para 1,03.  Resolveu-se então testar se o Zoladex ainda funcionava: tomei um de dosagem menor -- 3,6 (este sim com validade de 3 meses) e o PSA caiu para 0,751.  Então tomei o Zoladex 10.8 numa esperança de que ainda funcionasse.   Em 14-06-2010 o PSA estava a 1,82.  Em 22-06 estava a 2,10: Fim do Zoladex como tratamento hormonal!
Em 23-06-2010 iniciei tratamento hormonal com uma droga mais antiga: Destilbenol. 47 dias após, o PSA caiu para 1,34.

Hoje, fim de março de 2011, ainda sinto uma das seqüelas causadas pelo ZOLADEX. Afinal, tomei um 3,6 em março de 2010. Como ainda surtiu pequeno efeito, tomei novamente o ZOLADEX 10,8 em 13 de abril de 2010.  Como resultado, até hoje sofro o ‘climatério’, agora já mais espaçado, o que   deve perdurar até maio de 2011, pelo efeito de 12 meses do 10.8 somado ao de 3 meses do 3,6. (ao contrário do que diziam a dupla Charles e Rodrigo) 



VIII -

ABIRATERONA


Há anos meu urologista dizia que estava surgindo uma droga nova, pela qual eu ainda seria tratado. Que as esperanças com seus resultados eram promissores.
Daí, não funcionando mais o tratamento hormonal, em julho de 2010 fui ao maior centro oncológico do mundo, Memorial Sloan Kettering Cancer Center em New York, tentar servir de ‘cobaia’ para o teste do tal remédio novo aclamado como a solução: Abiraterona.
Felizmente (hoje assim entendo, e não à época), não fui aceito porque era do ‘protocolo’ selecionar ‘cobaias’ que já tivessem passado por tratamento quimioterápico.  
Hoje, os testes de tal medicação praticamente terminaram e estão na fase de  licenciamento pelo FDA para a comercialização.
Contudo, parece que infelizmente o remédio seria, em minha opinião, um fracasso, pelo menos em relação ao que se esperava dele.
“A pesquisa – Fase III – foi feita com pacientes muito, muito adiantados, que já tinham sido tratados com quimioterapia, à qual não respondiam mais. Um grupo recebeu prednisona mais um placebo e o outro recebeu prednisona e abiraterona. A diferença na sobrevivência média entre os dois grupos foi de quatro meses. No grupo controle, a mediana da sobrevivência foi de 10,9 meses e no experimental (prednisona mais abiraterona) foi de 14,8 meses. Isso significa que, no grupo controle, metade dos pacientes sobreviveu mais de 10,9 meses e metade sobreviveu menos. No grupo experimental (prednisona mais abiraterona) metade sobreviveu mais de 14,8 meses.”

“Com base nos resultados desse estudo em Fase 3, a Janssen planeja enviar solicitação de comercialização do acetato de abiraterona para autoridades reguladoras em todo o mundo”

Diz Glaucio Soares (http://psacontrol.blogspot.com/2011/02/ultimos-dados-sobre-abiraterona.html) que se trata em NY  com o medicamento ; “Efeitos colaterais: retenção de líquidos, hipertensão, hipocalemia (potássio no sangue) etc.
Há uma nova droga em testes fase 3, o que significa que será ou não liberada em torno de 2014:   Alfa Radin (vide capitulo XIV)


IX -
TROMBOSE


Reclamando de cansaço desproporcional, o urologista recomendou-me um cardiologista, porque o tal Destilbenol teria efeito colateral no coração.  
A cardiologista Dra. Claudia R. Bento, no ato da consulta, em 31-08-2010, verificou que eu não tinha nada no coração, mas, como apresentava um certo inchaço na barriga da perna, mandou-me imediatamente fazer um ultra som:  eu acabara de ter uma segunda trombose. (e nem sabia da primeira) Causa provável:  Destilbenol!
Como por cautela eu passei a fazer exames com menor periodicidade que as determinadas, no dia seguinte fiz um exame de PSA e constatei que subira para 1,75:   FIM DO DESTILBENOL!


X -
QUIMIOTERAPIA / TROMBOSE


Com o descarte do ultimo tratamento hormonal, pela trombose que o mesmo causou-me, meu urologista encaminhou-me ao oncologista José Renan Queiroz Guimarães, com quem passei a fazer quimioterapia em 09-09-2010 (a primeira via venosa).
Mas.... tinha que acompanhar as tromboses.  (Sofrera uma mais leve na perna esquerda e nem notei antes do exame de Ultra Som que fiz quando constatei a segunda trombose em 31-08-2010).  
Desde este dia fui medicado pelo Dr. José Luiz Orlando, médico Vascular, que receitou-me tomar por 5 (ou 7?) dias, Clexane injetável e concomitantemente 5mg/dia de Coumadin, com o objetivo de ‘afinar’ o sangue e evitar novas tromboses.
O controle nestes casos se faz por exame de sangue para se apurar o índice de INR ou RNI (a mesma coisa), devendo-se manter o RNI próximo a 3.  Mais que 3 há risco de hemorragia. Abaixo de 2, risco de nova trombose.
No dia 16-09-10 fui internado para implantar um cateter pelo qual passei a tomar as quimioterapias.
A orientação do Vascular foi de que 12 horas antes da cirurgia, eu parasse com o Coumadin, que tem efeito cumulativo e injetasse o Clexane, de ação mais rápida e curta. E, 12 horas após a cirurgia, tomasse novamente juntos o Clexane e o Coumadin por mais 5 (ou 7) dias, e a partir daí só o Coumadin na dosagem anterior, de 5 mg.
Ocorre que, agora então conhecedor dos sintomas da trombose, no dia 20-09-2010 voltei ao vascular queixando-me de uma provável nova ocorrência.  Encaminhado a um ultra-som, de lá já saí orientado para internar-me imediatamente, porque sofrera a terceira e mais profunda trombose com risco de morte.
Detalhe:  fiquei no hospital 10 dias tomando heparina (análogo mais impactante do que o Coumadin) e Clexane, até que meu RNI subisse o mais perto possível de 3, para poder ter alta.  Saí do hospital com 2,3 de RNI. Entrei no hospital com RNI apenas em 1,2.
Hoje, faço controle do RNI entre no mínimo 4 dias e no máximo 7 dias, e constato uma enorme variação. Aí, doso ou 5mg, ou 6, ou até 7,5 mg. para manter o RNI acima de 2,5 e abaixo de 3.
Como qualificar o fato de o médico vascular não ter mandado eu fazer, nenhuma vez, exame de sangue para controlar o RNI, antes de eu sofrer a terceira trombose?   
Ora, logo que receitado os medicamentos, ele devia ter pedido exame de sangue para ajustar a dosagem da medicação!
Também controle do RNI tive que aprender na marra, e destaco aqui, porque trombose é uma das seqüelas possíveis do tratamento. 
A Quimioterapia é cumulativa e conforme o numero de sessões aumenta, sua resistência imunológica baixa, ficando passível de contrair ‘n’ doenças, e de forma mais grave que uma pessoa com alta resistência imunológica. (exemplo: derrame pleural).
 Interações medicamentosas, aparentemente inocentes, podem resultar em complicações.  Daí a importância de acompanhar de perto e à risca as orientações do oncologista, bem como realizar exames periódicos de controle.
Enfim, amigo, lema dos escoteiros:  SEMPRE ALERTA!
Ou, como dizia Osmar Santos: Se cochilar o cachimbo cai!

XI -
BRAQUITERAPIA

Não posso deixar de abordar um tratamento existente, pelo qual não passei, qual seja a BRAQUITERAPIA.  Principalmente porque vejo circular e-mails dizendo que é uma ‘‘descoberta, um tratamento sem risco de impotência ou incontinência”..., etc...  e aí o individuo escolheu-o porque vai ficar ‘funcionando’.
Ora, por quanto tempo? A Braquiterapia é uma forma de radioterapia em que se coloca uma fonte de radiação na próstata. Este tratamento não cura! Apenas adia o problema e é indicado apenas para quem tem idade avançada além de outros problemas de saude, tais como pressão alta, diabetes, etc, que, se postergar a doença em 5, no máximo 10 anos, resolve, porque o paciente vai morrer de outras causas.

A cura segura é prevenir e acompanhar, retirando a próstata logo no inicio a doença.  Fora disto, o risco de volta da doença é grande.


XII -
‘’TRATAMENTOS”(?)    ALTERNATIVOS

Por anos, antes de imaginar a doença, fiz tratamento ortomolecular: oxidantes mil, vitamina E, C, e ‘n’ comprimidos outros...  evitou-me o câncer?   Não! 
Pode, nunca saberemos, até ter minimizado ou retardado a doença. Mas, não é a cura!
Um médico recomendou-me tomar diariamente duas colheres de sopa de pólen.  Outra ‘receita’: semente de linhaça. Recomendado também licopeno.   Por dois anos, durante a doença, ingeri os três.   Funcionou?    Só se retardou o processo, porque cura mesmo, não!
Da mesma forma o famoso chá de graviola. Tomei por uns 6 meses. Não alterou nada! Mas as garrafinhas que eram usadas ficaram manchadas de verde para sempre.  Um dia vi na TV o Dr.Drausio Varela comentando testes de que o tal chá traz é a cirrose hepática.
Enfim, existem ‘n’ tratamentos alternativos, ofertados  por pessoas de boa fé, e de má fé.  João Massaneiro, no Paraná, te envia na confiança, para você pagar só o Sedex, um preparo a base de Avelós que ele garante que cura o câncer.  Será?   Não estou mais em fase de experimentos.  Mas digno de registro que teve um indivíduo que ofertou-me um tratamento, também a base de Avelós que ele ‘’manipulava em um laboratório que tinha de alugar em Minas Gerais’’, por isto o produto era caro, mas garantido: 20mil dólares americanos.  Perguntado dos testes que fez para aquilatar o grau de cura, ele respondeu que curou a sogra.  


XII - 1
Teoria da ‘’Conspiração’’
Orei e pedi orientação:
-----O que fazer Senhor?   Radio ou Cirurgia?  No dia seguinte encontro um amigo que me apresenta um senhor, que contou a seguinte história:
Teria sido ele um alto executivo da Nestlé. Estava então com aproximadamente 67 anos e dizia ter se curado de câncer de próstata tomando 3 gotas de creolina em uma capsula de manipulação 5 vezes ao dia.  Fiquei intrigado!
Para piorar, dois dias depois, minha cunhada, sem saber destes fatos, relata-me que esperando ser atendida por seu cardiologista, ouviu a atendente relatar que uma parente teria câncer, que tomou três vezes ao dia cinco gotas de creolina e que curou. O cardiologista confirmou ter ouvido esta história.
Era muita coincidência! Tinha de tentar! Afinal, a creolina é composta de cresol e fenol, de onde é feito inclusive a aspirina. Meu pai, no sítio, sempre tratou de todas as cirurgias em animais, com creolina, e nunca nenhum ficou infectado.
Aí, perdido por perdido, truco!  Admito que testei por um mês. Em paralelo fazia uma vez por semana completos exames de sangue, sem constatar qualquer alteração, a não ser o PSA que caiu de 3,5 para 1,2 em 30 dias.  Mas, nova biópsia mostrou que a creolina apenas baixou o PSA, não o câncer.
Tomei babosa e coisas outras...

Ou nada funcionou, ou minimizou, retardou, sei lá...  nunca vou saber.   O que sei é que NÃO CUROU!

XIII -
‘ COMENTÁRIOS  - O HOJE ’ 


Claro que os diálogos aqui transcritos não têm exatamente os mesmos termos utilizados à época, porque a memória falha. Mas, seu conteúdo espelha o mais fiel e proximamente as mesmas.
Cada caso é um caso.  Cada organismo reage diferentemente!
A quimioterapia (Taxotere no caso de metástase de próstata), não me dá vômitos. Mas estou perdendo as 20 unhas; já perdi os cabelos, os cílios, dilatou-me o coração e a aorta, sofri derrame pleural, estou com baixa resistência imunológica, susceptível de contrair qualquer doença com muito mais facilidade e mais gravidade.   
Mas, felizmente estou na pequena percentagem dos que responderam à químio: em 18 das 24 sessões previstas, o PSA caiu de 2,6 para 0,191 e o PET-CT após a 8ª. sessão, indicava quase inatividade tumoral.
Até hoje já realizei 20 das 24 sessões previstas. Não sei mais quantas farei, porque estou atingindo uma fase em que a quimio passa a ser, pela cumulatividade, tóxica demais e aí as vantagens são superadas.   É acompanhar e ver até onde vamos.
Dia 27-03-11 recebi a 20ª. químio, completando 5/6 das etapas programadas. Fico sem quimio até 12 de abril quando realizo no PET-CT, para avaliar o grau de atividade tumoral.   Aí se definirá como, se, e em que dosagem se fará ou não as outras 4 sessões previstas.
Tenho fé que este exame constatará a inatividade do câncer, o que me dará uma alta, quem sabe por quanto tempo.  Quem sabe por um milagre a doença não retorne. (em termos médicos, volta!  vide capítulo XIV)
Vamos em frente com o tratamento!  (afinal, que alternativa tenho? Chorar? Reclamarnaonbispo?)
A cura completa, segundo os médicos, não mais virá, porque o tumor não foi extirpado a tempo, quando estava encapsulado.  (e, Vivas ao Charles Rosenblatt e ao Rodrigo de Morais Hanriot). 
Daqui a um ano, dois, quatro, não sei, talvez tenha que sofrer novas séries de quimioterapia, se outra droga eficaz não surgir ou o acreditado milagre não ocorrer.


XIV -
ALFA RADIN

Diz o Dr. Eduardo Côrtes, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ:
O local mais freqüente da metástase da próstata é o osso. Nesse caso, o paciente já não tem mais chance de cura, pois ainda não há medicamento. A metástase é a última etapa da consolidação da doença. Poucos tumores nessa fase são curados e o de próstata não é.  Há um quimioterápico que responde por mais alguns meses e depois se faz basicamente um tratamento paliativo.”

Ele está participando dos testes na UFRJ com Alfa Radin, que é um radiofármaco que emite radiação de onda alfa, descoberto no hospital Universitário de Oslo, Noruega. Já foram feitos os testes das fases 1 e 2. Atualmente na fase 3, vem sendo testado na Noruega, Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Itália e no Brasil.
Quem sabe seja uma saída?  Mas... o lançamento, se houver,  será lá para 2014 (esperemos que não seja o mesmo fracasso da Abiraterona)

XV -
CARPE DIEM


Sem dúvida, o MAIOR erro de minha vida foi deixar-me levar por pessoas que eu acreditava que eram doutores naquilo a que se propunham.
O Charles e o Rodrigo orientaram-me erradamente. Vocês tem aqui elementos para adjetivá-los. O que importa é que os dois deviam estudar mais ou mudar de profissão!  O resultado é que não tratei adequadamente a doença, e ela se tornou  (salvo milagre), irreversível.
Mas, desanimar ou se revoltar JAMAIS!   Temos que aceitar, procurar entender e buscar firmemente a cura!
Não sabemos bem nossa missão aqui na Terra, mas temos que cumpri-la!   (a despeito que muitas vezes já me senti ‘manipulado’, como na história da creolina, e outras mais que alteraram substancialmente minha vida, mas que é  impertinente ao assunto deste livreto. Em síntese... acho que somos um trem: levamos os passageiros que se agregam em nossa vida e temos ‘total’ livre arbítrio. Que se limita a seguirmos os trilhos, cujos desvios são controlados pela ‘central’. Nosso arbítrio seria apenas o de aceleramos, paramos, ‘pulamos’ uma estação.... essa nossa margem)
Quem sabe a minha missão era divulgar estes fatos para ajudar alguns a evitar problemas deste tipo?
Então amigo, aprenda a pensar, a confrontar seus médicos!
E, SOBRETUDO,  não é fácil, mas... ‘’ Carpe Diem ‘’ (*) aproveite cada momento de sua vida, na oportunidade que tiver. Normalmente adiamos o usufruir pensando que agora é o momento de estudarmos, de trabalharmos.... e quando nos damos conta....   quando podemos financeiramente, temos tempo e ainda queremos, a saúde já não nos permite.
Isto lembra a história que circulou na internet: O indivíduo comparece aos preparativos para o funeral da esposa do melhor amigo e este leva-o ao quarto, abre uma gaveta, e numa caixinha ricamente decorada desembrulha uma lingerie rosa, ricamente bordada. ----Comprada em Paris, diz o viúvo! Guardada para usar em uma ocasião especial. Acho que é hoje.
Moral: Como disse o poeta grego Horácio: “Colha o dia. Aproveite o momento!

XVI -
O QUE FAZER?

Controle do PSA uma vez por ano a partir dos 40 anos, e a cada seis meses a partir dos 60.
Estatísticas dizem que com 40 anos, você tem 40% de chances de ter câncer. Com 50 anos, 50%. Com 60 anos, 60% e assim por diante. Com 90 anos, 90% e com 100 anos, 100% de certeza de ter câncer.
Claro que quanto mais idade, menos suas células se multiplicam e daí, menos violento o câncer.
Em síntese:   O PSA subiu? 
Repita o exame em dois meses! 
Continua subindo? 
Biópsia!        
Câncer?    
CIRURGIA!
    
                      O resto é divagação!


LEMBRE-SE:
Orestes Quercia morreu ao 72 anos, em decorrência da doença que havia sido tratada há mais de 10 anos e foi diagnosticada novamente em setembro. Foi o mesmo câncer que acometeu Paulo Maluf, há 13 anos.
Maluf fez a cirurgia e Quércia foi tratado com radioterapia.



XVII -


Interpelação Judicial remetida ao Hospital Albert Einstein




Só para ilustração, transcrevo adiante a Interpelação Judicial remetida ao Hospital Albert Einstein sobre os problemas advindos com a radioterapia, a qual não teve sequer resposta. (ou seja, implica em concordância tácita com seus termos).
Era uma ação preparatória a uma indenizatória que desisti de propor, porque o Dr. Bertelli, que me incentivara, faleceu e não encontrei outro médico disposto a testemunhar contra colegas.  Falam, mas não em juízo!  Ademais, a esta altura, não me importa indenização financeira. Importa concentrar as energias em sobreviver e ajudar a quantos possa para que evitem sofrer pelos mesmos erros que eu sofri.

Destaque-se que quando foi redigida esta Interpelação, meus conhecimentos eram menores e a preocupação era a simples falta da testosterona e os calorões causados pelo tratamento hormonal (Zoladex). Hoje sei que não posso repor a Testosterona e que o problema transcendia em muito, a tudo o que então eu pensava.

A coisa era bem pior!










EXMO.(A) SR.(A) DR.(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA SEXTA VARA CIVEL DA COMARCA DE BARUERI



INTERPELAÇÃO JUDICIAL                                                        
PROCESSO 068.01.2005.011995
NILBERTO AMARAL SÁ, brasileiro, separado judicialmente, OAB SP .......... Barueri – São Paulo, em causa própria, vem, com fundamento nos artigos 867 e seguintes do CPC, bem como,  no CDC,  propor  a  presente 
I N T E R P E L A Ç Ã O   em face de HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, CNPJ 60.765.823/0001-30, situado nesta Capital, no  Jardim Leonor, na Av. Albert Einstein, 627, CEP 05652-900,  tudo pelas seguintes razões de fato e de direito:
1 – Face a presunção de qualidade, tendo em vista a notoriedade alcançada pelo Hospital Albert Einstein, em razão de publicidade na rede Globo de Televisão, reportagens da revista Veja, etc., uma vez constatado pelo INTERPELANTE, em agosto de 2003, que estava com câncer de próstata, não hesitou em buscar socorro na entidade médica INTERPELADA;
2 – De se destacar que antes do tratamento a que foi submetido o INTERPELANTE, este NUNCA apresentou qualquer sintoma dos problemas adiante descritos, tinha total e até exacerbada disposição para quaisquer atividades, em todas as áreas, esportiva, para o trabalho, etc.  Fazia sua micção normalmente, sem qualquer alteração, ao contrário de hoje, quando as primeiras são como que obstruídas.
3 - No Hospital Albert Einstein, foi recomendado pelo radiologista Dr. Rodrigo de Morais Hanriot, a fazer radioterapia, e naquele hospital, em síntese, pelas seguintes razões:
a-      porque a radioterapia, em confronto com a cirurgia, teria um risco muito menor de levar o paciente à impotência, e ainda se esta se apresentasse, o seria apenas após 12 meses, contra a cirurgia que daria tal risco de imediato;
b-      porque o aparelhamento do Hospital Einstein é “conformacional”, o que não ocorreria com o do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, onde cogitou o INTERPELANTE de realizar mencionado tratamento;
c-      que o equipamento para a radioterapia, ultra moderno, que só o INTERPELADO dispunha, seria fundamental para não haver seqüelas no tratamento radioterápico.

4 – Ocorre que, no Hospital Oswaldo Cruz, o INTERPELANTE teria tratamento sem custo, já que  coberto por seu plano de saúde, o que não ocorreu no Albert Einstein, onde o INTERPELANTE teve de pagar, apenas pela radioterapia, o valor de R$ 18.149,92.
5 – Porém, “n” urologistas consultados posteriormente, garantiram que não há, no caso de radioterapia de próstata, nenhuma influência relevante, em se usar este ou aquele equipamento.  Ou seja, o hospital INTERPELADO, na ganância financeira, induziu o paciente a um gasto enorme e desnecessário;
6 – A razão da opção do INTERPELANTE pela radioterapia e não pela cirurgia, foram os argumentos do citado médico do Hospital INTERPELADO, principalmente pela minimização dos riscos de impotência, e posterioridade em que ela poderia advir.   Só que, por injeções aplicadas, sem as advertências antecipadas, tal vantagem evaporou.
7 - Logo que resolvido iniciarem-se as sessões, sem maiores preleções ou esclarecimentos, citado radioterapeuta recomendou que o INTERPELANTE adquirisse, no Hospital ou no mercado, o medicamento ZOLADEX L. A. 10,8 mg subcutâneo, o qual deveria ser aplicado nas dependências do próprio hospital.  Informou apenas que tal medicamento diminuiria o interesse sexual do INTERPELANTE  por no máximo 3 meses, e que tal medicamento seria fundamental para estancar a doença enquanto a radioterapia seria iniciada.
8 – Em outubro de 2003 o INTERPELANTE recebeu tal injeção subcutânea aplicada na barriga não teve maiores transtornos.  Porém, em 14 de janeiro de 2004, novamente lhe foi impelida outra dose do mesmo medicamento que, porém, desta vez, foi desastrosa para toda sua saúde:  pelo que hoje sabe o INTERPELANTE, a medicação “zerou-lhe”  a produção de testosterona, levando-o ao que se conhece por “fogaça” ou climatério masculino.
Tal efeito colateral foi terrível, impedindo e constrangendo o INTERPELANTE a todo convívio social, eis que, do nada, de repente, suava, mesmo no inverno, literalmente “vertendo água”.  
9 - O INTERPELANTE é advogado, e, em qualquer audiência, parecia que estava temeroso com a causa, inibindo sua atuação por seu aspecto de tanto suor, levando-o mesmo à perda de clientes.
10 - Além disto, a ausência do testosterona simplesmente prostrou o INTERPELANTE, que ficou com total inapetência, vontade, “pique” para qualquer coisa.  Mal se suportava de pé!  Ficou praticamente impossibilitado ao trabalho, “arrastando-se”; cumprindo obrigações apenas por brio moral e responsabilidade profissional.
11 - Bem... lhe fora prometido que no máximo em mais 3 meses os efeitos cessariam.
Não obstante, hoje, após mais de 18 meses da injeção de ZOLADEX L A 10,8, os sintomas permanecem:
                            Os suadores levam-no, além de tudo, a acordar durante toda a noite. O INTERPELANTE não dorme direto há pelo menos 18 meses!  Não há uma única noite em que não acorda pelo menos 3 vezes, quer pelos suadores, quer porque, passou, após a radiação, a ter de levantar para urinar, coisa que antes do tratamento não fazia, e sintoma do qual não fora advertido que teria risco;       
                              Como é notório, sofre o INTERPELANTE outros efeitos terríveis da ausência da testosterona, sem falar na falta de desejo sexual, na moral baixa, a falta de ânimo, fadiga crônica; na falta de energia, de ambição, aumento da gordura localizada, principalmente na barriga; redução da massa muscular e flacidez;  insônia,  irritabilidade, agressividade, confusão, depressão,  baixa estima,  fraqueza generalizada e muscular;  enfraquecimento ósseo;  maior dificuldade de recuperar-se de qualquer lesão; o desenvolvimento das mamas (que, além de poder gerar, pelo desequilíbrio hormonal, câncer de seio, ainda constrange-o, ao ponto de não poder ficar sem camiseta em uma praia, piscina, clube, etc...). 
O baixo índice de testosterona levou-o, inclusive, ao comprometimento da fluência verbal, em prejuízo direto e terrível a quem, como o INTERPELANTE, vive da advocacia.
Além destes sintomas, que já apresenta o INTERPELANTE, como conseqüência do baixo índice de testosterona, a literatura médica aponta freqüentes e prováveis alterações que ainda o atingirão, como, quanto a composição corporal, incluindo aumentos da gordura corporal percentual, alterações da distribuição do tecido adiposo e redução da massa muscular (redução que já se nota).  A densidade do osso trabecular vertebral também diminuirá, sendo freqüentes as fraturas de quadril, bem como, risco de osteoporose; o envelhecimento precoce e doenças degenerativas. (Am J Geriatr Psychiatry 1999; 7;18-33 e ainda: “O Fator da Testosterona” Dr. Alex David Titinger Van Oordt)          
                              Destaque-se que o INTERPELANTE tem uma filha de 8 anos e que sua mulher é 17 anos mais nova.

12 - Pesquisando sobre o tema:  “falta de testosterona”, o INTERPELANTE confirmou ser esta a causa de todos os sintomas que apresenta.
Gastou alto valor com o Hospital Einstein, na radioterapia, tomografias, aplicação das injeções; na aquisição de cada injeção de Zoladex, a mais de R$ 1.200,00 cada uma; em vários outros médicos especialistas em urologia, ultra-som, oncologia e endocrinologia.
13 - Da endocrinologista ouviu o INTERPELANTE que, a única forma de repor-lhe alguma qualidade de vida (sexual e socialmente, na área do lazer e do esporte e mesmo profissionalmente, com maior disposição, ânimo, força em geral), é a reposição da testosterona.  O que, por não ter sido retirada a próstata, é contra indicado porque o tumor voltaria.
14 - Ora...   em momento algum foi o INTERPELANTE advertido da extensão e riscos permanentes de efeitos colaterais de tal medicação, como retro explicitado.  Nunca lhe foi dito que, pela aplicação da radioterapia passaria a ter uma próstata que forçasse-o a levantar-se para urinar durante a noite, pelo menos uma vez, fato que não ocorria antes do tratamento.   Nunca lhe foi advertido pelo INTERPELADO, como ouviu o INTERPELANTE de urologista, professor na Faculdade Paulista de Medicina, que a castração física (cirurgia) com efeito colateral, conserta-se com Viagra, mas, a castração química (radioterapia), é irreversível.  Não tem medicação!   Enfim, foi o INTERPELANTE surpreendido com as conseqüências trágicas que anularam sua vida nestes 18 últimos meses e deixam-no sem perspectivas de melhora para o futuro, que avizinha-se cada vez pior.   O INTERPELANTE constata que, a única solução plausível está em fazer exatamente o que o INTERPELADO induziu-o a não fazer 18 meses atrás: retirar a próstata, para aí repor a testosterona sem riscos. Nunca lhe fora sequer cogitado, que a medicação, que se lhe impingiu com total omissão de informações, apresentava risco de anular definitivamente sua produção de testosterona, com as conseqüências só agora conhecidas pelo INTERPELANTE, como retro explicitadas.
15 – Assim, conclui o INTERPELANTE que, após todo o sofrimento, constrangimento, gastos, o que lhe resta, para voltar a alguma qualidade de vida, voltar a dormir, etc, é fazer a cirurgia de retirada da próstata, o que já poderia ter feito há 18 meses, sem ter passado por todo esta epopéia dantesca.    Só a retirada da próstata lhe permite repor a testosterona, comprometida pela medicação irresponsavelmente aplicada.
16 - Em síntese:  ou faltou competência, ou honestidade, no encaminhamento e prescrições que lhe foram dadas.
17 - Face a todo o exposto,  REQUER o INTERPELANTE digne-se V.Exa. de determinar a expedição de intimação, via postal ao INTERPELADO, nos termos do artigo 238 do CPC e 101, I do Código de Defesa do Consumidor, para, querendo, responder no prazo de cinco dias os termos da presente, demonstrando outro e melhor caminho que o cirúrgico a resolver de pronto os problemas criados pelo tratamento formatado pelo INTERPELADO, tudo sob pena e resguardo, ainda, de vir em Juízo, cobrar por todos os danos diretos e indiretos, financeiros e morais suportados pelo INTERPELANTE, como resguarda-o a legislação pátria, dentre outras, a Lei 8078, artigos 6.º, 8.º a 10.º, 14.º e outros.

Dando à presente valor inestimável

Termos são em que P. Deferimento

Barueri, 30 de abril de 2005


Nilberto Amaral Sá - OAB-SP













XVIII -

CONTROLE DE SEU PSA



A razão deste texto não é outra além de alertar, a quantos eu consiga, da importância de se prevenirem, tentando evitar, ou combater, adequada e tempestivamente a doença. Assim, pelo menos amigo, passe a fazer rigidamente o CONTROLE DE SEU PSA




DATA
PSA
OBS




























































4 comentários:

  1. Boa tarde!!

    Gostaria de agradecer todo o seu relato.
    Meu pai está com metátase óssea e , assim como o Sr, bastante peregrinou.

    Para que o Sr saiba da gravidade, o PSA do meu é de 5010...isso mesmo, 5010 e no momento está sendo tratado com abiraterona e destibenol na tentativa de não ir à quimio pois ele está enfraquecido e não sabemos se a quimio poderia até ser fatal.

    Gostaria de contatá-lo para troca de infos e caso o Sr possa, aguardo seu contato via email: lifontao@hotmail.com

    Abs

    Ligia Fontão

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  2. Amigo, minha história e semelhante a tua, inclui erro médico que com PSA 4,6 me disse que eu não tinha nada... 6 meses depois já estava em 8,6, foi quando fui operado pelo Dr. Valdemar Ortis...infelizmente já havia saido da próstata e se irradiado pela loja prostática. isso foi em 1988. Dai pra frente há toda um história que recomeça em dez de 2016 o que me obriga a fazer o tratamento com Zoladex o qual iniciei em jan. de 2017. Eu tenho um histórico em word sobre essa caminhada. Se quiser podemos compartilhar experiência. Abraço e muito boa sorte. (nicosp@uol.com.br).

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  3. É uma alegria para sair hoje e dizer-lhe que o óleo de cannabis é realmente uma cura perfeita para todos e estou encantado de ser uma das pessoas que o óleo de cannabis foi curado, sofrei câncer de próstata e copd por 11 anos e no processamento de Curando meu câncer de próstata, meu copd foi embora, eu me encontrei com uma terapia de câncer na Flórida, que me ajudou a curar meus 11 anos de câncer de próstata com a ajuda de óleo de cannabis. Tudo graças à cura natural da cannabis com a ajuda de Phoenix Tears (ricksimpsoncannabisoil_phoenixtears@outlook.com) marcou hoje o quarto mês em que fui curado e eu direi para você fazer mais pesquisas sobre a cura natural da cannabis e resolver seus problemas de saúde.

    Eu nunca acredito que um dia meu câncer e copd desaparecerão para sempre, graças ao óleo de cannabis.

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