domingo, 31 de julho de 2011

JEVTANA (Cabazitaxel), (ZYTIGA) Abiraterona, ou ainda MITOXANTRONA???

Não posso iniciar este atual comentário sem fazer um breve resumo do todo, e relatar que, após (em 2003) a dupla Charles Rosemblat(urologista) e Rodrigo de Morais Hanriot(radioterapeuta), o primeiro por incapacidade e o segundo para obter vantagem financeira (ou também por completa incompetência), levarem-me ao estágio de evolução da doença que, segundo a literatura média não tem mais cura, aqui estou eu ainda lutando. Explico: o Charles, após examinar-me e aos exames,  disse simplesmente que eu não tinha nada e despachou-me. Somente após muita insistência minha solicitou biopsia, que confirmou a doença. Aí, em vez de orientar e determinar cirurgia, disse que eu era quem devia decidir o que fazer: indicou-me consultasse o Dr Miguel Srouge e o tal radioterapeuta dr.Rodrigo Hanriot. O mais competente, hoje eu sei, foi estremamente seco e disse em síntese: “seu caso é cirurgico! 'x' de risco de incontinência urinária; ‘y’ de impotência, trate com minha secretaria honorários e data” e despacha-me atônito com a situação nova, numa fase que eu precisava era de um pouco de colo e atenção.  Já o tal dr.Rodrigo, cheio de mentiras(*) induziu-me a um tratamento de radioterapia, quando, hoje eu sei, a melhor solução é a pronta retirada total da próstata. Jamais a rádio, principalmente quando o câncer era grau 4 + 4. (* vide capítulo especial).
Em, em síntese, entre Dez.2003 e Jan.2004 sofri 39 sessões de radioterapia e tomei duas injeções de Zoladex 10,8. O PSA caiu a 0,003 e assim se manteve por uns 3 anos. Acompanhei a cada 3 meses até o PSA chegar a 1. Nova biópcia, constatação da doença de novo. Sofri então cirurgia mais difícil e com mais seqüelas, posto que tecido radiado é fibroso. Continuei a acompanhar e quando o PSA chegou de novo a 1, iniciei tratamento com Zoladex 10,8 e Casodex, até que estes deixaram de funcionar e passei a Destilbenol. A esta fase, com PSA 0,545, constatei metástase generalizada na coluna. Aí, ou causado pela atividade tumoral ou mais provavelmente pelo Destilbenol, tive 3 tromboses, as quais até o fim da vida tenho que acompanhar, com aquelas desagradáveis meias elásticas até a cintura. Em Setembro de 2010 iniciei quimioterapia com Taxotere (Docetaxel), e após 20 sessões o PET-CT indicou inatividade tumoral. Comemorei!  Mas... não esperava um retorno tão rápido da doença. Em 11-04-11, 15 dias após a 20ª. quimio, o PSA (que sempre será o ‘marcador’ do grau da doença, já que de origem prostática), indicava 0,143.  Em 02-06-11:  0,273. Em 09-06: 0,379 e em 22-06: 0,480, quando reiniciei tratamento quimioterápico, agora com Mitoxantrona. Observe o amigo que não é simplesmente o numero do PSA e sim sua constante subida que gradua a doença. Fiz ‘mil’ exames, sobretudo de coração, que é onde a droga em seqüela mais ataca. Dia 22-06-11 recebi a primeira dose da Mitoxantrona. A esta fase, um pouco mais distante da primeira e mais agressiva quimio, passei a recuperar os cabelos, cílios, unhas, e sobretudo ‘pique’. Viajei: fui à França, onde consegui, para minha surpresa, caminhar muito.  Mas, a alegria durou os 18 dias da viajem. Ao retorno, em 20-07-11 fiz exame de PSA e o mesmo já subira para 0,710.  A Mitoxantrona não estava funcionando?  Tudo assim indicava. Daí, foi prescrito tratamento com uma novíssima droga, lançada em novembro de 2010 nos USA e no Brasil em junho de 2011: JEVTANA (Cabazitaxel).  Pesquisei-a bastante, e nem no site do laboratório obtém-se a bula. (seria para não assustar os possíveis usuários, com tantos efeitos colaterais?).  Bem, insisti até descobrir um site detalhadissimo a respeito desta nova droga: http://products.sanofi.us/jevtana/jevtana.html , em ingles, mas fiz a tradução no navegador internet e ‘baixei’ umas 26 páginas de informações, confesso meio assustadoras.  Aí, até pensei em repensar eventual alternativa com a Abiraterona. Uma curta pesquisa, e em minha ignorância, constatei que o resultado seria similar, com ligeira vantagem de resultados no combate, a favor da JEVTANA e com ligeira vantagem para a Abiraterona quanto aos efeitos colaterais.  O que fazer?  Viajei na maionese. Vi o preço no mercado brasileiro para a Abiraterona: R$ 17.000,00 por mês!  Busquei amigos moradores nos USA e, por lá, constato que, não na California, mas em Miami, se consegue comprar com receita de médicos brasileiros, sob o nome comercial  Zytiga (250mg  120 tablet a $ 5.883.99 dólares). Viajando ainda em pensamentos, já pensei como melhor solução comprar um Visa Money Card pré pago (porque não se pode sair do Brasil ou entrar nos USA com mais que 10mil dólares), e carregar dito cartão com o valor suficiente para uns 10 meses de tratamento. Pobre morre! Burro paga IOF! (se usar um cartão de crédito comum)  Bem.... resolvi 8 dias depois, em 28-07, enquanto o convênio Sulamerica não liberava o tratamento com Jevtana (‘barato’: R$ 14.000,00 a sessão), fazer um novo PSA.  Para minha surpresa e aí sim não saber mais o que fazer, o PSA baixou para 0,630. Fiquei uns dias confuso sem saber qual tratamento adotar. Hoje, pondo tudo na balança, resolvi tratar-me com o  JEVTANA (Cabazitaxel), porque a queda do PSA não foi assim tão sensível.  Quais novas seqüelas terei?  Só Deus sabe. Só sei que, entrementes, a cabeça vai de zero a mil e de vez em quando bate uma depressão.  5ª.feira dia 04-08-11 inicio a nova série de quimio. Boa sorte a vocês!   Não cheguem onde cheguei, precavenham-se.  Para isto, leiam todo o blog, principalmente os capítulos postados em março deste ano.   Abraços